27 de abr. de 2010

E a (sua) vida continua...

E então veio o primeiro grito. E o segundo. E o terceiro. A garganta rasgava a cada esforço. Gritou até que o sangue começasse a fluir junto com a voz. Pedi que com o sangue saísse a alma. Pedi que os meus cortes fossem tão profundos quanto os seus. O quarto tremeu. Eu tremi. A sanidade fora embora. Trocara de lugar com o amor. Trocara de lugar com a tinta. Com as letras. Com o sangue. Dor. Dor de um corpo que se batia. Osso. Pele. Carne. E se ele pulasse? E se se jogasse da escada? Do prédio? E se caísse do céu? Alguém sentiria falta? Você sentiria falta? Faria alguma diferença na sua rotina? No seu café com leite? Na sua cama com sabe-se lá quem? A loucura é individual. A morte também. Meu nariz de palhaço está no chão. Minha adaga também. Sua porta apodrece fechada. Minha porta morre aberta. Não importa se não faz sentido. Não importa se dói. Só me importa se é real. Será que isso ainda me importa?

12 de abr. de 2010

Pagina 26

Eu sei que você nunca quis que eu me sentisse assim. Sei que você nunca quis meu mal... mas, de que adianta isso se eu mesmo o quis? Eu quis construir essa fantasia de nós dois. Eu quis o sonho, e enquanto eu sonhava fantasias, você cuspia realidade. Não me entenda mal, não digo que estava errada, mas talvez certa demais. O fato é que eu construi o nosso castelo para mim mesmo e agora, quando a noite cai e as coisas mais simples me lembram você, o sonho de nós dois apodrece sem morrer, escorrega entre meus dedos e eu me reviro na cama com cada parte do meu corpo gritando o seu nome.

Merda. Como se pode sentir falta do que nunca se teve? Seria esperança? A maldita sombra do “e se” espreitando minha solidão?Mas que remédio, meu Deus, que remédio para essa realidade azeda? Que cura espero eu que guiei tuas mãos indispostas até o centro do peito e as forcei a arrancar meu coração? Que doce loucura poria fim a esse tormento? Qual veneno terrível irei recusar em nome dessa melancolia inventada?

Ah, se pelo menos você não existisse. Se pelo menos fosse, como todo o resto, uma fantasia maluca, talvez a dor incomodasse menos. Mas não, você teima em existir, em ser encantadoramente real, verdadeira, diferente do nós que existe em mim, diferente desta faca de dois gumes que pelas minhas mãos só fere a mim mesmo de uma forma inegavelmente real.

Quão absurda ilusão é essa de eternamente perder uma guerra que luto sozinho... Que inimigo é esse senão o meu próprio amor? Sim, digo novamente enquanto tomas uma taça de meu sangue, sim, eu te amo, e talvez esse amor nunca vença a sua lógica ou seja mais real do que esse nós que criei apenas para mim. Talvez sempre me falte realidade, talvez sempre te falte fantasia. Talvez... talvez eu não saiba mais o que estou dizendo, talvez nunca tenha sabido, mas duvido que você possa dizer honestamente que estou errado. Duvido que não concorde e, principalmente, duvido que em você não exista pelo menos o fantasma de um nós.

O pior é saber que sentir isso não muda nada e que mesmo agora, depois de tudo escrito pela décima centésima vez esse nós maldito não vai embora. Ele nunca vai. E saber que talvez, só talvez, sou eu que não o deixo ir também não me faz muito bem...
Me disseram certa vez que existem males que são necessários...




Será?

6 de abr. de 2010

as coisas em que acreditamos

Eu me surpreendi quando descobri que ainda acreditava. Talvez eu seja mesmo um perdido na vida, um desorientado, um alguém que depende mais da sorte do que do juízo e que pode ser derrubado por uma pergunta inesperada numa quarta feira a tarde, pode ser que não. Pode ser que eu seja comum, igual a qualquer outro, sem nenhum segredo especial, nenhum super poder. Mas e daí? Quem pode dizer que se conhece plenamente antes de se surpreender quando seu coração se despedaça em um bilhão de farpas e você finalmente percebe que ainda acredita em finais felizes.
Acreditava.
Acredita...

Agradecimentos

Gostaria de agradecer a todos os comentários recebidos, isso é definitivamente surpreendente e não posso negar que gostei demais de recebe-los. Pediria desculpas pela demora nos posts, mas, de alguma forma, seria em vão, afinal eu simplesmente não tenho disciplina pra manter isso aqui atualizado. Enfim... tentarei postar mais, sem promessas ok? Juro que não é de sacanagem, eu sou meio lento pra essas coisas de internet, mas não ignorei ninguém...
Então, obrigado a todos e... hum... a, sei lá ^^ rsrsrsrs
abraços, beijos, apertos e mão e todas essas coisas eleitoreiras (não, não concorro a nada, só a um ataque de bobeira as 5 e meia da manha... ossos do oficio.)

AAaaaa sim, publiquei meu segundo conto... não sei se tá bom, mas tá lá, no papel, super gratificante... obrigado a todos que compareceram, depois ponho uma foto ou coisa assim... e quem sabe em breve mais alguma coisa não sai por ai... quem viver verá ^^